terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Polícia x Político: Delegado diz que vai acionar prefeito na justiça

O delegado Jean Silva Souza, titular da delegacia de São Gonçalo dos Campos informou que vai acionar judicialmente o prefeito daquele município, Antonio Dessa "Furão" por declarações concedidas ao programa Ronda Policial, da rádio Subaé. Irritado com os homicídios ocorridos recentemente em seu município e várias tentativas de morte, "Furão" declarou para o radialista Valter Vieira que o delegado está sempre ausente da cidade e o chamou de irresponsável, preguiçoso, marrento e posudo, entre outros adjetivos pejorativos.

Em entrevista ao repórter Denivaldo Costa, o delegado afirmou que vai acionar o prefeito na justiça. " Eu não vou dar relevância, vou tomar as medidas judiciais cabíveis contra o prefeito e vou seguir com o meu trabalho de estar investigando, fazendo as investigações dos fatos. As declarações não tem procedência e serão rechaçadas judicialmente ", declarou o delegado Jean.

Questionado se haveria alguma perseguição política, o delegado disse que não entraria no mérito, pois para ele pouco importa se há perseguição, pois não tem vinculação política com ninguém e que está em São Gonçalo dos Campos por determinação do coordenador da Polícia Civil na região, Fábio Lorello. " Fui lá trabalhar, não fui a pedido de ninguém, então vou continuar fazendo o meu serviço, independente de crítica desse ou daquele outro. Meu papel é fazer o trabalho da Polícia Civil ".

O delegado explicou que o trabalho da polícia civil é diferente da militar que faz o trabalho ostensivo e que está investigando os crimes que aconteceram, que vai identificar os autores e prendê-los. " É assim que a a polícia civil trabalha, não cabe participar de festas, de eventos, a gente monitora o crime depois que ele acontece. A Polícia Militar é que faz a ostensividade, não é papel da Polícia Civil, a gente tem que estar lembrando disso sempre ", declarou.

AUSÊNCIA DA CIDADE

O delegado Jean Souza se defendeu da acusação de que está sempre ausente do município e apontou o número de inquéritos como prova do seu trabalho. " Se você ver o número de inquéritos que são apurados atualmente na minha gestão é muito superior ao das gestoes anteriores eu apuro muito mais, eu investigo muito mais, eu não falto na cidade não, eu tô sempre presente. Todas as entrevistas que vocês (repórteres) foram lá, eu estava presente. Essa alegação é de quem não conhece o trabalho da policia civil, de quem não participa do trabalho, de quem não vê como a atuação da policia é feita. Eu atendo a comunidade, as pessoas me conhecssem porque eu estou lá e sempre peço o apoio da comunidade também, porque eu tento e dou minha alma pela cidade. Eu gosto do que faço " declarou o delegado.

Segundo ele, não pode fazer tudo pela falta de policiais e do material necessário e acrescentou que não tem juiz na cidade para agilizar o seu trabalho com a expedição de mandados de prisão. Disse ainda que queria estar presente sempre, mas não pode e que até blitze, que segundo ele, não seria sua atribuição tem realizado.

AJUDA DA PREFEITURA

O titular da delegacia de São Gonçalo também falou sobre a ajuda da prefeitura na manutenção da cadeia local e frisou que existe um convênio entre a Prefeitura e o Governo do Estado.

" Primeiro tem que se entender que existe um convênio entre o governo do estado e a prefeitura e ele determina que a prefeitura forneça alimentação, hospedagem, sede da delegacia... tudo isso está previsto no convênio. Isso é uma discussão entre a prefeitura e o estado e é evidente que violência não pode ser tratada exclusivamente pelo governo do estado, deve ser tratada pela sociedade, com o estado, com a prefeitura, tem que se unir todo mundo, com o judiciário, com o poder legislativo, tem que se unir todas as forças pra gente combater a violência de verdade. Não pode um orgão imputar a responsabilidade a outro e se esquivar da resonsabilidade. Eu acho que respónsabilidade de segurança publica é geral, é de todos, inclusive a sociedade ", frisou Jean Souza.

PROCESSO CONTRA O PREFEITO

" O meu trabalho na cidade continuará sendo o mesmo, eu vou interpelar face às acusações que foram feitas, eu acho que são injustas. Eu não dependo de político, quem me paga é o estado, eu não dependo da prefeitura. Se a prefeitura resolver cortar o convênio com o estado não cabe a mim. Vou continuar fazendo o meu trabalho ", finalizou o delegado.

Por: Rivaldo Ramos, com reportagem de Denivaldo Costa

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